Tínhamos terminado um almoço no nosso último dia de férias em Alagoas. Estávamos em Maceió, no restaurante Cais do Porto.
Eu cheguei primeiro ao local para tomar um chopp e esperar Renata, Fernandinha e a Vovó (da Fernandinha), que aguardavam a liberação do nosso apartamento.
Fui mal atendido e vi outras pessoas deixarem o local pelo mesmo motivo.
Enquanto aguardava a conta, Renata me ligou dizendo que tinha encontrado um restaurante aparentemente bom, já que o que ela tinha escolhido, o Janga, fecharia às 16h e reabriria somente às 18h. Já eram 15:30h e estávamos com muita fome, já que tomamos café cedo e viajamos duas horas e meia de carro de São Miguel dos Milagres até Maceió.
A garçonete veio me perguntar por que eu resolvi ir embora tão rapidamente. Disse-lhe que fui mal atendido, assim como outros clientes, e que não iria almoçar com a minha família ali, informando o restaurante para onde iríamos, um tal de Imperador dos Camarões. Ela disse:
— Mas esse restaurante é nosso também; mesma rede.
Veja > Por que a pergunta?
Pensei: acho melhor avisar à Renata e escolher outro.
Disse isso à garçonete que pediu desculpas e se comprometeu, gentil e convincentemente, a nos dar toda a atenção, assegurando que iríamos apreciar a qualidade da comida e do atendimento que ela mesma se encarregaria de nos dar.
Contei o fato à Renata, sugeri que almoçássemos ali mesmo e ela concordou, até porque estávamos muito perto do hotel e de um parquinho onde ela gostaria de levar a Fernandinha após o almoço.
Comemos muito bem. A promessa de boa comida e bom atendimento foi cumprida.
Renata saiu primeiro com a mãe e a filha para o tal parquinho e eu fiquei para encerrar o almoço com um café e um licorzinho.
Enquanto saboreava os chamados (sabe-se lá por que) digestivos, a garçonete se aproximou para saber se tudo tinha corrido bem durante o almoço.
Respondi que sim, agradeci e pedi a conta.
Quando retornou paguei, dei-lhe uma boa gorjeta e ela puxou assunto, me falando sobre o quanto tem trabalhado exercendo nova função no restaurante, treinando o pessoal e se desculpando, uma vez mais, pelo ocorrido. Disse-lhe que o atendimento que ela nos deu mais do que compensou o inconveniente do início.
Falou maravilhas sobre a Fernandinha e, antes que eu me levantasse para ir embora, me saiu com essa:
— Ela é sua única neta?
Aprendi com aquela frase que, preventivamente, gorjetas devem ser dadas somente depois da despedida.
Veja também > Paternidade na terceira idade – SBT