Um mesmo terapeuta para o casal e seus membros individualmente: prós e contras

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Terapia de casal e individual com o mesmo terapeuta: prós e contras

A terapia de casal e a terapia individual desempenham papéis fundamentais no bem-estar emocional, ajudando indivíduos e parceiros a lidarem com desafios internos e relacionais. Uma questão frequentemente debatida é se a terapia de casal e individual com o mesmo terapeuta pode ser eficaz. Essa abordagem tem vantagens e desafios, que exploramos a seguir.

Benefícios da terapia de casal e individual com o mesmo terapeuta

 

1. Visão ampliada da dinâmica do casal

Um terapeuta que atende ambos os parceiros individualmente e em conjunto obtém uma compreensão mais profunda das dinâmicas do relacionamento. Isso permite intervenções mais precisas e eficazes.

2. Coerência na abordagem terapêutica

Um único terapeuta garante que a abordagem terapêutica seja consistente, evitando contradições entre diferentes profissionais. Isso pode ser particularmente útil na resolução de conflitos e na promoção da comunicação saudável.

3. Maior confiança e continuidade

Construir uma relação de confiança com um único profissional facilita a abertura emocional. Os pacientes se sentem mais confortáveis para compartilhar aspectos sensíveis de sua vida, sem precisar repetir sua história para múltiplos terapeutas.

4. Facilidade na mediação de conflitos

Como o terapeuta já conhece ambos os parceiros individualmente, ele pode atuar como um mediador mais neutro e eficaz durante as sessões de casal, ajudando a evitar mal-entendidos e promovendo a empatia entre os envolvidos.

terapia de casal e individual com o mesmo terapeuta

5. Menos resistência à terapia

Em alguns casos, um parceiro pode se sentir mais confortável iniciando a terapia individualmente e depois estendendo a abordagem para a terapia de casal, promovendo maior adesão ao tratamento.

Desafios e cuidados necessários

 

1. Conflito de interesse e parcialidade

Há o risco de que um dos parceiros perceba o terapeuta como tendencioso, especialmente se sentir que a outra parte recebe mais apoio ou validação nas sessões individuais. Objetivos terapêuticos individuais podem divergir dos objetivos do casal

Veja também > Como evitar discussões inúteis no relacionamento

2. Dificuldade em manter a neutralidade – Aliança Terapêutica

O terapeuta precisa gerenciar cuidadosamente as informações compartilhadas individualmente para evitar influências indevidas nas sessões de casal. Isso exige um alto nível de ética e profissionalismo.

Há, também, o risco de que um dos parceiros perceba um certo viés do terapeuta em favor da outra parte nas sessões de casal, e passe a achar que a razão disso seria uma certa assunção de preferência, que, supostamente, estaria surgindo durante as sessões individuais, nas quais o outro talvez venha recebendo mais apoio ou validação.

O bom terapeuta deve estar sempre atento a isso e agir com clareza na demonstração de que isso não está acontecendo nem acontecerá.

Não se pode descartar, entretanto, que sempre é possível que transferências e contratransferências, eventualmente, possam ocorrer, principalmente com terapeutas menos experientes, que possam não saber como administrá-las.

Ainda que o profissional perceba que uma das partes possa estar contribuindo um pouco mais para os momentos difíceis da relação, deve tomar um cuidado enorme para impedir que um certo viés, embora compreensível, não venha a arruinar o tratamento, causando transtornos incontornáveis à parte que venha a se sentir injustiçada no processo terapêutico.

3. Limitações na exploração de questões individuais profundas

Os que são contrários a essa prática alegam também que questões individuais podem precisar de um foco mais aprofundado do que o terapeuta pode oferecer enquanto também lida com a dinâmica do casal. Consideram que, nessas situações, pode ser benéfico um encaminhamento para terapia individual separada.

Os favoráveis, entretanto, argumentam que essa visão somente se justificaria se o objetivo da terapia individual fosse o complemento da terapia de casal, o que não é necessariamente verdade, portanto, não há impedimento para que o terapeuta avance em questões pessoais mais profundas na terapia individual, ainda que essas não estejam diretamente relacionadas aos problemas do relacionamento.

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4. Questões de sigilo e confidencialidade

O terapeuta deve ter regras claras sobre o que pode ou não ser compartilhado entre sessões individuais e de casal, garantindo que as partes se sintam seguras e respeitadas.

Na verdade, o ideal é que nada seja compartilhado, ainda que o terapeuta acredite que seria importante para o casal se uma das partes soubesse como a outra está se sentindo ou como, em essência, embora sem conseguir demonstrar, tem sentimentos e desejos que trariam mais conforto e segurança emocional e alegria à outra parte.

Deve o terapeuta simplesmente ignorar isso em nome da ética e do sigilo e simplesmente deixar que o casal não evolua para uma relação feliz? Definitivamente não. O seu desafio e a sua missão é fazer com que o um lado perceba características que ele valorizaria no outro, mas que não não vem percebendo, e deve agir de forma sutil e eficiente, fazendo com que ambos, ao longo do tratamento, percebam que seus julgamentos em relação à outra parte estavam equivocados e que suas expectativas estavam um pouco desajustadas, mas que há sintonia e potencial para um bom prognóstico no tratamento

Conclusão: quando essa abordagem é vantajosa?

Quando bem conduzida, a terapia de casal e individual com o mesmo terapeuta pode ser altamente benéfica, especialmente quando o profissional estabelece diretrizes claras e mantém um equilíbrio entre os atendimentos individuais e de casal. Profissionais experientes podem usar esse conhecimento ampliado para ajudar os parceiros a crescerem juntos, respeitando suas individualidades.

No entanto, se os conflitos forem muito intensos ou se houver dificuldades na percepção de imparcialidade, pode ser recomendável que cada parceiro tenha seu próprio terapeuta individual, mantendo o terapeuta de casal como um mediador externo.

Se você e seu parceiro estão considerando essa abordagem, uma conversa aberta com o terapeuta sobre expectativas e limites pode ser o primeiro passo para um processo terapêutico bem-sucedido.

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