Vi, há pouco tempo, o trailer de um filme ou série em que uma mulher explicava, em resposta às crítica que recebia das amigas, o fato de ter se apaixonado, sugerindo que alguém tivesse se sentindo ferido, magoado ou traído com esse fato. Ela alegava inocência afirmando que, simplesmente, se apaixonou. e essas coisas acontecem. Mas afinal; as pessoas se apaixonam involuntariamente mesmo?
Há casos em que, para justificar um envolvimento com alguém em situação que tenha causado sofrimento a outrem, as pessoas tendem a dizer coisas desse tipo: eu não tive culpa, simplesmente me apaixonei, não fiz com a intenção de magoar quem quer que seja.
Quero afirmar que Cupido não anda por aí flechando corações aleatoriamente.
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Ninguém se apaixona sem querer, sem estar predisposto ou predisposta a isso, sem ter se permitido e dado espaço para que isso acontecesse, sem ter criado ou aceitado encontros, condições e situações propícias para se envolver afetivamente com alguém, assumindo, portanto, o risco de se apaixonar.
Portanto, por essa constatação, ninguém se apaixona involuntariamente.
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E não são malvadas as pessoas que passam por isso. Creio que algumas até podem acreditar que a paixão ocorreu de forma espontânea e inesperada, mas na verdade, elas se permitiram; deram espaço. E se permitiram por razões variadas; por estarem sozinhas e desejarem companhia, por estarem fragilizadas, carentes ou vivendo um relacionamento que tenha deixado, ainda que por razões não percebidas, espaço para que uma nova paixão surgisse.
Mesmo que não tenham desejado ferir alguém, creio que, subliminarmente, quiseram realmente se apaixonar e, portanto, não devem atribuir o fato ao acaso, ao imponderável, ao incontrolável ou ao inevitável, mas, sim, assumir a responsabilidade e pronto, evitando os clichês dessas desculpas desnecessárias, que podem acabar recebendo a merecida classificação de esfarrapadas.
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