Entrei em uma loja para comprar um vestido para a Renata. O primeiro presente, durante a gravidez. Procurava algo, em estilo, tecido e formato, que ela pudesse usar durante toda a gestação.
Não gosto de pedir auxílio às vendedoras, normalmente me dirijo a elas após ter tomado a decisão e já ter planos B e C para o caso de a escolha não estar disponível no estoque.
Nesse dia, entretanto, senti a necessidade de fazer algumas perguntas e chamei a atendente que havia me recebido. Descrevi o que procurava, claro, dando ênfase à questão da gravidez, e ao fato de que a peça era para ser usada durante toda a gestação. Na conversa fiz comentários e observações que me pareceram ter deixado clara a minha relação com a presenteada.
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A moça foi gentil, deu sugestões e me pareceu conduzir a venda sem maiores curiosidades. Ao final, entretanto, no momento do pagamento, não se conteve e perguntou: “o que ela é sua?” Respondi com naturalidade que se tratava da minha mulher. Ela agiu também com tranquilidade e se despediu, me desejando felicidade.
Tudo bem; se o vestido não fosse para a minha mulher, poderia ser para uma amiga ou uma filha, já que, por motivos óbvios, não deveria ser para a minha mãe, minha tia, ou para uma irmã.
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O fato é que, embora justificável, a pergunta, provavelmente, não tivesse sido feita a um cliente que aparentasse estar na casa dos trinta.
Na realidade, a hipótese de que o vestido que comprava fosse para uma irmã, não deveria ser descartada, pois vale considerar que, em algum dia, quem sabe, um dos meus filhos, quando tiver a idade que tenho hoje, possa se dirigir a uma loja para comprar um presente para uma irmã grávida.
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Jun/2021